sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Professor Xerife

Olá, vou copiar aqui com os devidos créditos uma linda e valiosa história de amor, e respeito.

Texto extraído sdo site:



































Professor Xerife


:: Saul Brandalise Jr. ::



O tempo, neste momento, não importa. Se importasse, eu diria que foi um segundo, tamanha a alegria, camaradagem, amor, lealdade, amizade e, consequentemente, satisfação de termos convivido, nesta vida, com Xerife.

Foi um ciclo de sete anos completíssimo e super bem vivido. Na realidade, agora o tempo demora mais para passar... Xerife se foi. Já não mora mais neste planeta.

Para muitas pessoas não passava de um animal. Um Mini Pinscher, um cão, um cachorro, afinal.

Para nós, era membro efetivo da família. Jamais usou coleira ou guia. Não era preciso. Ele sabia se comportar, tinha disciplina e conteúdo em seus relacionamentos. Não importava se com humanos ou com outros animais.

Quando eu chegava em casa, era o primeiro a me esperar. Logo "conversava" comigo, pois sua comunicação era diferente dos usuais latidos. Parecia que queria me comentar sobre o seu dia, o que havia feito e como tudo estava em casa.

Deste instante para frente era a minha sombra...



Era meu leal companheiro e acima de tudo nosso guarda. E foi exatamente por isso que ele se foi. Por guardar bravamente o nosso território... Um pastor alemão entrou em nosso quintal e ele foi "nos defender"... Sua lealdade era tão grande que ele esqueceu seu minúsculo tamanho.

Ele se foi. E o vazio se fez presente.

Fiquei pensando, entre minhas lágrimas e um profundo estado de "oco"...

O que será que eu tenho que aprender com isso?

Meditei muito... Recitei muito Mantra... Confesso que a revolta também se fez presente. Mas aos poucos a temperança foi retornando...



- Em primeiro lugar aprendi que lealdade é uma coisa que não tem preço e que não se compra em supermercados ou farmácias. É preciso sentir; vir de dentro para fora e jamais da cabeça para o bolso. Ser leal é uma consequência da atitude, do caráter e não de bolso.

- Em segundo que, por ter princípios budistas em minha vida, eu estou sendo egoísta. Queria Xerife sempre para mim. Não tenho este direito. O Xerife pertence a ele e a mais ninguém.

- Terceiro ponto: saudade é um sentimento egoísta. Talvez este tenha sido, de todos os sentimentos que tive, na perda do Xerife, o mais importante para assimilar. Aprendi que nós somos egoístas e que saudade é uma coisa que se sente quando estamos vazios em sentimentos. Total ausência de conteúdo interno, bem como possuidores de uma opaca e somente momentânea sabedoria. Esqueci de ver que ele não sofreu para desencarnar. Esqueci de analisar que ele passou exatamente um ciclo comigo. Esqueci que era sua hora e que eu não tinha o direito de impedir. Ele tem o seu caminho, eu tenho o meu, você tem o seu. Mas sua ausência é mais forte que minha capacidade, agora, de entender plenamente tudo isso.

- Quarto: que a vida precisa ser vivida de forma intensa a cada segundo. Não se pode deixar para amanhã a demonstração de carinho que se sente hoje. Tudo tem que ser exato e verdadeiro. Nisso Xerife foi um felizardo. Jamais nossa casa admitiu que ele se sentisse apenas um simples animal. Nuca deixamos de lhe expressar o amor que sentíamos. Tenho certeza de que, enquanto viveu conosco, ele se sentia feliz e valorizado. Não deixei nada inacabado por fazer com o Xerife.

- Quinto: estou vazio, oco e sem vontade de voltar para casa... Sei que isso não é certo. Xerife está me ensinando, depois que se foi, que a vida precisa ser mais entendida do que simplesmente vivida. Que nossos valores precisam ser aplicados exatamente nesta hora, onde o chão fica também feito uma bolha...

- Sexto: que nossas verdades sempre serão colocadas em teste. E é neste momento que temos que demonstrar todo o nosso conhecimento e preparo, superando o vazio com muita cautela, calma e sobriedade.

Saber decifrar os sinais que a vida nos apresenta.

- Sétimo: fui uma pessoa de sorte. Xerife foi "O CARA". Conviver com ele foi um privilégio que poucos nesta vida conseguem desfrutar. Ele me ensinou que só poderia ser considerado cachorro por pessoas que não sabem ver, entender, ler e se permitir aprender com ele.

- Oitavo, que VALEU A PENA, mesmo que tenha sido o sentimento de apenas "um segundo", como me referi acima. Jamais terei um animal com este nome. Xerife só existiu Um: Ele.



Finalmente, confesso que preciso aprender a deixar de ser egoísta e que foi o Professor Xerife que me ensinou isso. Saudade é um sentimento egoísta... Quem aplica a filosofia Budista em sua vida sabe que isso não é correto. Nossa felicidade não está no outro, mas sim em nós mesmos.



Xerife, sei que nos veremos.

Cuide-se, meu amigo, agora é por você.

Beijo na sua linda alma







Saul Brandalise Jr. é colaborador do Site, autor do livro: O Despertar da Consciência da editora Theus, onde mostra através das narrativas de suas experiências como extrair lições de vida e entusiasmo de cada obstáculo que se encontra ao longo de uma vida.

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Email: sbj@tvbv.com.br

Em homenagem, aqui posto uma linda foto do verdadeiro companheirinho meu de viagem nesta jornada....
É o Kim que significa ouro em japonês.

Um comentário:

  1. Ale, Saul Brandalise Jr.é filho do dono da Perdigão,eu o conheci quando tinha meus 21 aninhos e nos paquerávamos,ele não se lembra de mim,era uma mocinha do escritório e ele o filho do dono.Mas ele era uma graça,tinha cara de nerd mas semre teve uma alma grandiosa,O pai dele também,foi o melhor chefe que tive em minha vida.Quando vejo o clip da Pitty eu me lembro do quanto meu coração palpitava ao vê-lo, a unica testemunha é meu ex e minha carteiro profissional,porqueseria impossivel trabalhar naquela firma e não o conhecer,não que ele trabalhasse ali mas aparecia sempre na Emprêsa.que não era bonita ficava num local feio perto da linha de trem era o bairro dos escritórios da Sadia,Perdigão e outros.Que saudade!

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